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A importância da Escuta Ativa (rapport)

A importância do rapport no questionamento de testemunhas em processos judiciais

O rapport (escuta ativa) é a capacidade de estabelecer uma relação de confiança, empatia e harmonia com outra pessoa. É uma habilidade essencial para qualquer profissional que lida com pessoas, especialmente para os advogados que atuam em audiências criminais.

O questionamento de testemunhas é um momento crucial para a produção de provas em processos penais. Muitas vezes, o depoimento de uma testemunha pode ser determinante para o resultado do julgamento, seja para condenar ou absolver o réu.

Por isso, é fundamental que o advogado saiba como questionar as testemunhas de forma eficaz, buscando extrair delas as informações relevantes para o caso, sem induzi-las ou manipulá-las.

Para isso, o rapport (escuta ativa) é uma ferramenta poderosa, pois permite ao advogado criar uma conexão com a testemunha, fazendo com que ela se sinta mais à vontade, mais cooperativa e mais aberta a responder às perguntas.

Mas como criar rapport com uma testemunha em uma audiência criminal?

Existem algumas técnicas que podem ajudar o advogado a construir rapport (escuta ativa) com as testemunhas, tais como:

  • Estudar previamente as testemunhas: conhecer o perfil, o histórico e as motivações das testemunhas pode ajudar o advogado a planejar os questionamentos mais adequados e a se adaptar ao estilo de comunicação de cada uma delas.
  • Usar um approaching personalizado: abordar a testemunha de forma cordial, respeitosa e amigável, usando um tom de voz adequado, um vocabulário simples e claro e evitando termos técnicos ou jurídicos que possam confundir ou intimidar a testemunha.
  • Usar perguntas abertas: privilegiar perguntas que estimulem a testemunha a relatar livremente os fatos, sem limitar as respostas a sim ou não. As perguntas abertas permitem ao advogado obter mais detalhes e nuances sobre o caso, além de demonstrar interesse e atenção pelo depoimento da testemunha.
  • Evitar perguntas fechadas afirmativas por presunção: são aquelas perguntas que já contêm uma afirmação implícita ou explícita sobre os fatos, induzindo a testemunha a concordar ou discordar. Esse tipo de pergunta pode gerar sugestionabilidade no testemunho, comprometendo a sua credibilidade e validade.
  • Seguir uma ordem lógico-sequencial: organizar os questionamentos de forma coerente e cronológica, seguindo o fio condutor dos fatos. Isso facilita a compreensão da testemunha e do juiz, além de evitar contradições ou lacunas no depoimento.
  • Observar a linguagem corporal da testemunha: prestar atenção aos gestos, expressões faciais e postura da testemunha pode fornecer pistas sobre o seu estado emocional, o seu grau de confiança e a sua veracidade. O advogado pode usar esses sinais para ajustar o seu questionamento, buscando gerar mais conforto ou descontrole na testemunha, conforme a estratégia adotada.

Conclusão

O rapport no questionamento de testemunhas em processos judiciais é uma competência que pode ser desenvolvida e aprimorada pelo advogado. Quanto mais ele souber como se comunicar com as testemunhas de forma eficiente e empática, mais chances ele terá de produzir provas consistentes e convincentes para defender os interesses do seu cliente.

Fontes:

¹ Audiências | Como questionar testemunhas para produção de provas. Canal Ciências Criminais. Disponível em: https://canalcienciascriminais.com.br/questionar-testemunhas-audiencias/

² O Depoimento de Testemunhas em Audiências Criminais: A Percepção dos Magistrados. Maria Cecília Butierres. Universidade Fernando Pessoa.

³ Audiência de Instrução e Julgamento NCPC: Como se preparar. Aurum. Disponível em: https://www.aurum.com.br/blog/audiencia-de-instrucao-e-julgamento/